Risco de fuga, obstrução de investigações, milhões para o filho: os motivos que levaram à tornozeleira eletrônica de Bolsonaro

  • 18/07/2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a usar tornozeleira eletrônica nesta sexta-feira (18), por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, classificada por ele como “suprema humilhação”, foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também impôs recolhimento domiciliar noturno, proibição de uso de redes sociais e de contato com investigados, diplomatas e embaixadores. Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República. A decisão foi motivada por uma série de fatores apontados pela PGR e por Moraes. Bolsonaro alvo da PF: Veja como funciona a tornozeleira eletrônica Veja os principais motivos apresentados pelas autoridades: 1. Risco de fuga A PGR alertou o STF para o que classificou como uma “concreta possibilidade de fuga” de Bolsonaro. A avaliação levou em conta o avanço das investigações da tentativa de golpe de Estado e o risco de que o ex-presidente deixasse o país para escapar da Justiça. Com base nisso, a procuradoria solicitou medidas cautelares urgentes, acatadas por Moraes, que impôs recolhimento domiciliar das 19h às 6h (inclusive fins de semana) e o uso de tornozeleira eletrônica. 2. Obstrução de Justiça com apoio ao filho Outro argumento central da PGR foi a atuação coordenada entre Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para obstruir investigações em curso no STF. Segundo a apuração, Bolsonaro enviou R$ 2 milhões via Pix para Eduardo no dia 13 de maio de 2025 — quando o filho já estava nos Estados Unidos. Para Moraes, o repasse é um “forte indício de alinhamento” entre pai e filho com o objetivo de atrapalhar a ação penal. A PGR sustenta que ambos vêm “adotando medidas deliberadas” para interferir no andamento dos processos, o que representa risco real à aplicação da lei penal. 3. Confissão de tentativa de extorsão contra a Justiça A decisão de Moraes também menciona declarações públicas de Bolsonaro que, segundo o ministro, configuram tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira. Após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras, Bolsonaro relacionou a retirada das sanções à possibilidade de ser anistiado no Brasil. “Vamos supor que Trump queira anistia. É muito?”, declarou em entrevista coletiva. Para Moraes, a fala representa uma “confissão consciente e voluntária” de coação no curso do processo, além de atentado à soberania nacional. 4. Material apreendido pela PF Durante operação de busca na casa do ex-presidente, a Polícia Federal apreendeu: Um pen drive escondido no banheiro; Cerca de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie; Cópia da ação movida pela plataforma Rumble contra Moraes nos EUA. O dispositivo e os documentos serão periciados. Bolsonaro alegou não saber da existência do pen drive e disse que perguntaria se ele pertencia à esposa, Michelle. Sobre os dólares, afirmou que possui recibo do Banco do Brasil. Ter dinheiro em casa não é ilegal, mas valores acima de US$ 10 mil precisam ser declarados à Receita ao cruzar fronteiras. Bolsonaro é alvo de operação de busca e apreensão da PF, e imprensa internacional repercute; 5. Articulação internacional contra o STF A cópia da ação da Rumble apreendida na residência de Bolsonaro reforçou, segundo Moraes, o envolvimento do ex-presidente em articulações internacionais para pressionar o STF. A ação da Rumble — aberta em conjunto com a empresa de Trump — acusa Moraes de censura e tenta impedir que decisões do STF tenham efeito em território americano. Para a Corte brasileira, essa articulação fere a soberania nacional. 6. Medidas cautelares impostas a Bolsonaro Veja as principais restrições impostas pelo STF: ▶️ Uso de tornozeleira eletrônica ▶️ Recolhimento domiciliar entre 19h e 6h e aos fins de semana ▶️ Proibição de uso de redes sociais ▶️ Proibição de se comunicar com diplomatas, embaixadores, réus e investigados, inclusive Eduardo Bolsonaro ▶️ Proibição de entrar ou se aproximar de embaixadas e consulados 7. O que diz Bolsonaro Após a instalação da tornozeleira, Bolsonaro afirmou: “Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para embaixada.” Ele negou ter cometido irregularidades e classificou a operação como política. A defesa do ex-presidente declarou que recebeu as medidas com “surpresa e indignação”, e que Bolsonaro tem cumprido todas as determinações judiciais. 8. Crimes investigados A decisão do STF aponta que Bolsonaro pode ter cometido: Coação no curso do processo (pena de até 4 anos) Obstrução de investigação contra organização criminosa (pena de até 8 anos) Atentado à soberania nacional (pena de até 8 anos) Se condenado pelas penas máximas dos crimes investigados, Bolsonaro pode pegar até 20 anos de prisão nesse caso.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/07/18/risco-de-fuga-obstrucao-de-investigacoes-milhoes-para-o-filho-os-motivos-que-levaram-a-tornozeleira-eletronica-de-bolsonaro.ghtml


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