Mulher que enviou áudio sobre medo do marido no mesmo dia que foi morta é a segunda vítima de dono de sorveteria, diz polícia
09/10/2025
(Foto: Reprodução) Dono de sorveteria é preso suspeito de assassinar companheira, em Formosa
A mulher que enviou um áudio falando sobre o medo que tinha de ser morta pelo companheiro foi a segunda vítima de Kleber Nascimento de Melo, de 49 anos, segundo a Polícia Militar. Jeanny Leonel Ribeiro da Silva, de 30 anos, morreu com golpes de barra de ferro. Cinco anos antes, Polianna da Silva Laureano foi baleada quatro vezes.
Ao g1, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) informou que representou o investigado durante audiência de custódia e que deve ser desabilitada do processo. O acusado terá um prazo para apresentar outra defesa (leia o pronunciamento ao final do texto).
Os advogados que representam Kleber no caso do feminicídio de 2020, pontuaram que o cliente não irá se manifestar sobre o ocorrido (confira na íntegra ao final do texto).
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O homem foi preso pela Polícia Militar na terça-feira (7), enquanto tentava fugir para Goiânia. Ele confessou aos agentes ter matado Jeanny com golpes na cabeça.
Na quarta-feira (8), o investigado teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Na audiência, o juiz destacou que Kleber responde a uma ação penal por outro feminicídio e que será levado a júri popular na Comarca de Leopoldo de Bulhões do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
Jeanny Leonel Ribeiro da Silva e Polianna da Silva Laureano, vítimas de feminicídio, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera e Instagram de Polianna da Silva Laureano
Primeiro feminicídio
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Polianna da Silva Laureano, de 27 anos, foi atingida com quatro disparos de arma de fogo em 12 de fevereiro de 2020, no Residencial Cristal, em Bonfinópolis, na Região Metropolitana de Goiânia.
Na época, os dois mantinham um relacionamento amoroso e o crime foi motivado por ciúmes, conforme informado pelo MP.
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Em entrevista ao g1, a irmã da vítima, Jessica Laureano, destacou que Kleber “era muito ciumento, vivia a ameaçando até que um dia tirou a vida dela”. Nas redes sociais, ela ressaltou que agora a justiça será feita.
"Aconteceu isso e eu relembrei o que aconteceu de fato com a minha irmã há cinco anos atrás. A gente vê isso e fica triste por lembrar coisas que aconteceram e pelo fato de que ela poderia estar viva com o filhinho dela de 13 anos", lamentou.
O réu deve ser julgado por este crime no dia 6 de novembro, em Leopoldo de Bulhões.
Segunda vítima
Homem é preso suspeito de matar companheira com golpes de barra de ferro, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Jeanny Leonel Ribeiro da Silva, de 30 anos, morreu na madrugada de terça-feira (7), na zona rural de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. O Batalhão Rural da PM informou que o homem atacou a vítima pelas costas, momento em que desferiu diversos golpes com a barra de ferro, sem chance de defesa para a companheira, que morreu na hora.
Após o levantamento de informações, Kleber foi localizado pela polícia no Setor Jardim Guanabara, na capital, onde planejava se esconder. Além disso, os militares apreenderam a arma utilizada no crime.
O homem foi autuado em flagrante por feminicídio e encaminhado à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, em Goiânia.
Antes do crime, a vítima mandou um áudio falando sobre o medo que sentia do companheiro. Na gravação, Jeanny diz saber de coisas que o suspeito fez no passado e desabafou:
"É uma situação bem delicada. Inclusive, eu já sei de coisas que a pessoa já fez no passado, sei do que é capaz e foi o que eu falei: 'Não quero ser mais uma vítima'", disse.
Nota da defesa de Kleber Nascimento de Melo
Em resposta à solicitação encaminhada por este veículo de comunicação, informamos que, por ora, nosso cliente, o Sr Kleber Nascimento de Melo, opta por não se manifestar sobre o referido tema. Informamos ainda que o representamos apenas no processo que tramita na Comarca de Leopoldo de Bulhões - Goiás, sendo que para atual acusação estes causídicos não foram contratados.
Nota da Defensoria Pública do Estado de Goiás
A Defensoria Pública do Estado de Goiás informa que representou o investigado durante a audiência de custódia, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular, e não comentará sobre o caso. A partir disso, por se tratar de comarca onde a DPE-GO não está instalada de forma permanente, ocorre sua desabilitação no processo. Assim, será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa ou para que haja nomeação pelo juízo.
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