Investigação da polícia tenta descobrir o que está por trás da série de atentados contra ônibus em São Paulo
09/07/2025
(Foto: Reprodução) Desde o começo de junho, mais de 500 coletivos foram atacados na capital e na Região Metropolitana. Foram 59 só na segunda-feira (7). Investigação da polícia tenta descobrir o que está por trás da série de atentados contra ônibus em São Paulo
Reprodução/TV Globo
A maior metrópole brasileira está sob ataque de vândalos. Em São Paulo, nos municípios vizinhos e na região de Santos, no litoral, 560 ônibus foram danificados ou destruídos desde o início de junho.
Um ônibus circulava pela Zona Oeste de São Paulo quando foi apedrejado na segunda-feira (7) à noite - o dia mais crítico da onda de ataques que assusta os passageiros de ônibus da maior cidade do país. Em 24 horas, 59 veículos foram atingidos por pedras, em diferentes pontos da cidade. Os vândalos atacaram também o ônibus que leva passageiros para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
No domingo (6), uma câmera registrou o momento em que um homem jogou uma pedra quando o ônibus saía do ponto em São Bernardo do Campo, no ABC. Em um outro vídeo de 10 dias atrás, os vândalos agiram ainda na luz do dia: um passageiro que estava na janela foi atingido por uma pedra no rosto com o ônibus ainda em movimento.
Desde junho, o órgão que administra o transporte coletivo na cidade de São Paulo já registrou 328 ataques. Quase metade das ações criminosas ocorreu na Zona Sul da capital paulista.
Outros241 ônibus foram alvo na Grande São Paulo. O Edmilson Alves Nery é inspetor de garagem de uma empresa que opera nas zonas Leste e Sul. Ele disse que funcionários e passageiros estão assustados.
"Já imaginou disparar uma pedra no vidro para não machucar o motorista, podendo bater em alguém na frente, em um poste, um carro, causando uma tragédia maior".
Inicialmente, a polícia trabalhava com três linhas de investigação:
uma ação coordenada pelo PCC;
ataques incentivados por grupos na internet;
ou uma tentativa de causar prejuízos materiais e operacionais às empresas, motivada por disputas internas entre operadores ou funcionários do transporte público.
Nos últimos dias, essa hipótese ganhou mais força. Até agora, três pessoas foram presas e um menor apreendido. No domingo (6), a polícia prendeu Éverton de Paiva Balbino, de 32 anos. Os investigadores afirmam que ele é a pessoa que arremessou uma pedra contra um ônibus no dia 27 de junho. Uma passageira, de 31 anos, teve fraturas no rosto e precisou passar por cirurgia. A polícia indiciou Éverton por tentativa de homicídio e disse que, daqui para frente, quem for preso por jogar objetos contra os ônibus será rigorosamente responsabilizado.
"A proposta da polícia é justamente tratar esses eventos da maneira mais gravosa possível. Ou seja, essa pedra, ao pegar na cabeça de algum passageiro, pode claramente levar esse passageiro a um resultado morte. Todo indivíduo que arremessar pedra e comprometer a saúde e colocar em risco a vida de qualquer passageiro será indiciado pelo crime de homicídio tentado ou consumado”, diz Fernando Santiago, delegado titular da 6ª Delegacia do Patrimônio do DEIC, que combate facções criminosas e lavagem de dinheiro.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa de Éverton de Paiva Balbino.
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