Governo Lula foi derrotado, mas oposição teve 'vitória pela metade' na urgência da anistia
18/09/2025
(Foto: Reprodução) O governo Lula liberou emendas parlamentares nos últimos dias, reuniu os ministros da 'Frente Ampla' e do Centrão, pediu que deputados governistas pelo menos se ausentassem do plenário da Câmara, mas mesmo assim foi derrotado na votação da urgência do projeto da anistia.
A oposição ganhou, mas foi uma vitória pela metade, porque não deve conseguir aprovar uma anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro e os golpistas do 8 de janeiro de 2023. Nas palavras de um líder governista, quem ganhou mesmo foi o Centrão.
"O governo foi derrotado, a oposição teve uma vitória pela metade, mas quem ganhou mesmo foi o Centrão. Vai garantir uma redução de penas para o ex-presidente Bolsonaro, mas ele ficará inelegível e o caminho ficará livre para o governador Tarcísio de Freitas, o preferido do Centrão", disse reservadamente um assessor presidencial que participou das negociações.
A derrota do governo foi contratada quando o presidente Lula decidiu não autorizar que o PT apoiasse oficialmente a aprovação da PEC da Blindagem.
Era a condição do Centrão para derrotar a urgência da anistia, o que representaria oficialmente o enterro da medida.
Como o PT votou contra, apesar de doze dissidentes, o Centrão decidiu aprovar a urgência do projeto da anistia.
Deputados da oposição durante análise da urgência do PL da Anistia
Reprodução
Em um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi escolhido o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator, um nome que irá construir um texto não pela anistia, mas de redução de penas.
"A redução da pena não pode ser pequena, porque aí o PL não aceitará. Nem tão enorme, porque não será aceita pelo Senado", resume um interlocutor do presidente da Câmara.
O PL ainda não se posicionou oficialmente sobre a construção deste acordo. Até ontem, insistia em uma anistia e vai tentar garantir o máximo de benefícios para o ex-presidente Bolsonaro, condenado no julgamento do núcleo crucial da trama golpista a 27 anos e três meses de prisão.