Após ter carro atingido por avião, motorista de app é assaltado e tem veículo destruído em acidente que matou ladrão: 'fiquei no prejuízo'
11/07/2025
(Foto: Reprodução) Morador de Rio Claro (SP), Júlio César Talarico busca ajuda para poder quitar o carro, que não tinha seguro, e conseguir comprar outro para trabalhar e sustentar a família. Motorista de aplicativo de Rio Claro (SP) escapou de duas tragédias em de 6 meses neste ano
Divulgação/ João Mota/TV Vanguarda
Os seis primeiros meses deste ano foram bastante difíceis para o motorista de aplicativo Júlio César Talarico, de 34 anos, de Rio Claro (SP). Em janeiro, o carro dele, um Fiat Cronos, foi atingido por um avião de pequeno porte e teve vários danos, em Ubatuba.
No último dia 5 de julho, ele não imaginava que enfrentaria um novo drama. O mesmo veículo foi roubado por um ladrão que morreu após uma capotagem na Rodovia Washington Luís (SP-310), em Santa Gertrudes. Dessa vez foi perda total.
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Sem seguro, o motorista está fazendo uma vaquinha online de R$ 50 mil para conseguir pagar 40 prestações no valor de R$ 2,6 mil. O carro foi comprado em setembro do ano passado e era o seu único meio de trabalho.
“Eu pesquisei muito para ter esse carro, era um sonho que tinha, antes trabalhava com carro alugado. Juntei dinheiro para dar entrada, mas estava trocando o seguro porque estava caro o que eu tinha feito”, disse.
Júlio disse que o novo seguro seria finalizado no dia 7 de julho, mas o carro foi roubado no dia 5 de julho. “Faltava só tirar foto e mandar pelo aplicativo que não estava aceitando as imagens, eu fiquei de ir até o local (seguradora) na segunda”, contou.
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Divulgação
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Como foi o roubo
Na tarde do dia 5 de julho, o motorista disse que aceitou uma corrida pelo aplicativo próximo ao Shopping de Rio Claro, e assim que o passageiro entrou no veículo, ele mostrou uma arma e anunciou o assalto.
“O ladrão me mostrou a arma, mandou entrar numa viela e falou pra eu pegar a carteira e o celular. Ainda falou que iria fazer uma “coisa” e deixaria o carro abandonado na pista, para eu dar queixa do roubo em 1 hora”, disse.
Júlio César foi imediatamente para a delegacia e encontrou outro motorista prestando queixa, relatando que conseguiu escapar do roubo momentos antes dele. Na delegacia, foi informado sobre um carro acidentado e reconheceu o veículo e o ladrão.
“O veículo estava todo destruído, deu perda total, fiquei no prejuízo. Mas Deus deu sinal pra mim e me livrou, porque o cara poderia ter me levado (no veículo). Foi um livramento. Eu renasci duas vezes neste ano. Estou meio abalado, porque era o único jeito de trazer sustento pra casa", comentou.
Júlio César dependia do carro para trabalhar em Rio Claro
Arquivo pessoal
O carro foi roubado por Michael Balog Jancu, de 53 anos, que morreu após tentar ultrapassagem uma moto, bater em uma carreta Volvo e capotar na Rodovia Washington Luís (SP-310), no sentido capital, em Santa Gertrudes , no sábado (5).
Com o impacto, o corpo do motorista foi arremessado para fora do veículo.
Acidente com avião no litoral
Júlio é motorista de app e teve o carro atingido por explosão de avião em Ubatuba.
Reprodução/TV Vanguarda
No dia 9 de janeiro, Júlio foi trabalhar na temporada de verão no litoral, e estava com um passageiro, quando um avião de pequeno porte ultrapassou a pista do aeroporto de Ubatuba e explodiu na Praia do Cruzeiro. O piloto morreu e os quatro passageiros, um casal e dois filhos, foram resgatados com vida.
Na explosão, uma das asas do avião pegou no carro que chegou a ficar imerso em chamas. Júlio César e o passageiro não se feriram. Um vídeo mostra a aeronave saindo do aeródromo, cruzando a pista que margeia a praia e chegando à faixa de areia em chamas (Veja abaixo)
“Na hora que eu abri o olho, eu vi o desespero do pessoal dentro do avião e a asa pegando no meu carro. Chacoalhou tudo, meu carro entrou naquela bola de fogo que explodiu. Pensei: 'aqui eu morri'”, disse em entrevista na época.
Júlio disse que até hoje não foi ressarcido pelo acidente. Na queda do avião, o carro foi atingido pelo bico da asa no parachoque e farol. A lateral do carro também ficou amassada.
"Entrei (com ação) contra a família porque o avião era particular e não tive resposta até agora. O seguro do avião não consegue pagar porque estava com prefixo cassado. Agora fica o seguro jogando pra família e família jogando pro seguro, parece pingue-pongue. Ficou R$ 17 mil para arrumar, mas acabei não arrumando, porque era mais estético, mas agora aconteceu isso no sábado", contou.
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Ajuda
O motorista disse que, como está com o financiamento no começo e com muitas parcelas, não consegue financiar outro veículo no momento.
Para alugar um carro e trabalhar, ele precisa ter um cartão de crédito de R$ 3 mil, pois o único que tem está usando para sustentar a família.
"Eu levanto tudo dia e penso: o que faço? Porque as contas não param. Pelo menos se conseguir quitar o carro, saio da dívida e financio o outro para voltar a trabalhar”, finalizou.
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